segunda-feira, 30 de junho de 2008

Código do Trabalho - Governo Humilha Parlamento

Comunicado


Há limites para tudo, mas para o governo PS não há qualquer princípio legal, ético ou político que trave a força arbitrária da sua maioria absoluta parlamentar, mesmo que isso implique desacreditar o Parlamento e humilhar os deputados que são, em última análise, os representantes do povo.

É isso que se está a passar com o Código do Trabalho, contra tudo o que o bom senso e o princípio da participação democrática recomendam.

De facto, por solicitação do governo, a conferência de líderes parlamentares decidiu atribuir o prazo de 20 dias para apreciação pública da Proposta de Revisão do Código do Trabalho.

O tempo normal para discussão pública deste tipo de matérias é de 30 dias.

Acontece que estamos em presença de uma matéria extremamente vasta e complexa e, apesar do Acordo celebrado na Concertação Social, ninguém conhece o conteúdo da proposta do Governo, que irá integrar os artigos do actual Código do Trabalho mais o disposto na sua Regulamentação, o que significa que a Proposta de Revisão do Código do Trabalho que vai dar entrada na Assembleia da República terá mais de 1000 (mil) artigos.

Em tão escasso tempo ninguém consegue analisar e estudar as implicações de todas as alterações resultantes do Acordo Social e da integração, num único corpo, os actuais Código do Trabalho e sua Regulamentação.

O que é que o Governo quer esconder?

Porque é que o PS e o seu governo não querem que os portugueses conheçam e compreendam o devido alcance desta Revisão do Código do Trabalho?

Ninguém, de boa fé, pode aceitar como razoáveis ou normais as imposições que o Governo e a maioria parlamentar socialista querem impor à Assembleia da República.

A prepotência socialista, ao fazer da Assembleia da República um “pau mandado”, afronta a dignidade deste órgão de soberania e visa impedir o debate e o conhecimento público de uma matéria da mais elevada importância para o País, como é o Código do Trabalho.

Vários grupos parlamentares manifestaram-se na conferência de líderes contra esta imposição da maioria socialista, entre eles o PSD, mas não foram ouvidos pelo PS.

Os TSD, que têm uma posição construtiva face ao Acordo Social, consideram uma humilhação este comportamento do PS e do seu Governo.

Os TSD sabem que até às 15H00 de hoje, ainda não havia dado entrada na Assembleia da República a Proposta do Governo. Mas calcula-se que já amanhã, na conferência de líderes, o Governo pretenda agendar o debate na generalidade dessa Proposta de Lei. É um escândalo o que está a acontecer.

O País não pode ficar indiferente e temos o dever de denunciar estes atropelos e a arrogância sem limites do PS.

Os TSD apelam aos deputados socialistas - já que o governo não respeita a lei nem as regras parlamentares, e também não ouve as bancadas da oposição - que não contribuam para desferir mais uma “machadada” no prestígio da instituição parlamentar e na dignidade dos deputados.

Lisboa, 30 de Junho de 2008.

O Secretariado Executivo

quinta-feira, 26 de junho de 2008

TSD nos Órgãos Nacionais do PSD


Dirigentes dos TSD que foram eleitos para os órgãos nacionais do PSD no XXXI Congresso:

- Maria das Mercês Borges - Setúbal (Comissão Política Nacional)

- Francisco José Martins - Lisboa (Conselho de Jurisdição Nacional)

- António Jorge Vale Peixoto - Porto (Conselho Nacional)
- António Manuel de Campos - Santarém (Conselho Nacional)
- Joaquim Mendes Dias - Setúbal (Conselho Nacional)
- Leodolfo Bettencourt Picanço - Lisboa (Conselho Nacional)

Acresce ainda os representantes por inerência: um elemento na CPN e cinco no Conselho Nacional.

XXXI Congresso do PSD - Intervenção do Secretário Geral TSD


Senhor Presidente do Congresso
Senhora Presidente do Partido
Caros Amigos e Companheiros


Começo por saudar o Senhor Presidente da Mesa, a Senhora Presidente do
Partido, o Senhor Presidente do Conselho de Jurisdição Nacional, bem como os
Senhores Congressistas, com o desejo de que este nosso Congresso constitua o
arranque do PSD para ganhar as batalhas eleitorais que temos pela frente.

Caros Companheiros

“Recuperar a Confiança” é o lema da Proposta Temática que os TSD apresentam
a este Congresso.

É um contributo sério que damos ao Partido para construir as suas políticas
alternativas, visando arrancar Portugal da desesperança em que se encontra
mergulhado pela fracassada governação socialista.

De facto, as principais promessas eleitorais do PS, não passaram de um
monumental embuste.

Prometeu colocar o País a convergir com os países Europeus mais avançados, mas
a economia nacional arrasta-se no marasmo e Portugal continua a divergir da
União Europeia.

Prometeu descer o desemprego e criar 150 000 novos postos de trabalho, mas hoje
há mais 68 000 desempregados.

Prometeu não agravar os impostos, mas impôs o mais brutal aumento de impostos
directos e indirectos às famílias e às empresas de que não há memória na história
da nossa democracia.

Estas foram as três bandeiras emblemáticas eleitorais do PS: rasgou as três, não
cumpriu nenhuma, mentiu aos portugueses.

Mas os maus resultados da governação socialista não ficam por aí. À imagem do
que sucedeu nas décadas de 60 e 70 do século passado, milhares e milhares de
portugueses voltam a ter necessidade de emigrar. Só em 2006 e 2007, saíram do
País 220 000 portugueses, em especial para Espanha, Inglaterra, França e Suíça.

As classes médias, as grandes sacrificadas das políticas socialistas sem alma,
deslizam para a pobreza ou vivem tempos de aflição.

E os principais pilares do Estado no interior do País – maternidades, Hospitais,
Escolas, Postos da PSP e da GNR, Tribunais – são encerrados sem qualquer
respeito pelas populações afectadas.

Este é o retrato nu e cru do estado do País, governado pelo PS nos últimos 3 anos e
meio e durante 10 anos nos últimos 13.

Ora, nós não nos podemos resignar a este estado de coisas.

Os portugueses também não se resignam, mas esperam que o PSD se apresente
preparado para liderar a mudança necessária.

Para assumir essa responsabilidade e voltar a merecer a confiança dos
portugueses, o PSD não pode resvalar para caminhos de natureza liberal e
neoliberal, que não são de todo o nosso desígnio nacional. Pelo contrário, devemos
reactivar o discurso social-democrata e recusar práticas dissonantes do que somos.

Foi com um projecto concreto de reformas, assente num núcleo coerente de valores
social-democratas, que o PSD fez avançar o País e realizou um ciclo de ouro de
progresso, quando teve condições de estabilidade governativa na década de
1985/95.

É assim que queremos o PSD no futuro – um Partido dinâmico e reformador,
aberto à sociedade e à inovação, interclassista e não conservador, liberal na
economia mas avançado nas políticas sociais, e que constrói o futuro sem renegar o
passado.

É este PSD que as pessoas também esperam de nós.

Às vezes, ouvem-se vozes de Companheiros que aceitam ou defendem mesmo o
rótulo de partido de direita para o PSD. Nós consideramos que o PSD foi, é e será
sempre um grande partido nacional, exactamente por não ser de direita. Virar á
direita para conquistar o quê?

O PSD representa e situa-se no espaço central da sociedade portuguesa,
abrangendo desde o centro esquerda ao centro direita. Esse é o nosso lugar – o
Grande Centro.

O PSD não tem que sair do seu lugar próprio, para o abrir à ocupação do PS. Não
podemos fazer o jogo do PS.

Numa altura em que a descaracterização ideológica do PS é total, na captura do
discurso ideológico de outros e conforme as conveniências do momento, – ora à
direita, ora ao centro, ora à esquerda – numa espécie de “albergue ou cata-vento
político”, o PSD não deve andar aos saltos, antes deve marcar a diferença pela sua
coerência e pela sua genuína identificação com os problemas e as aspirações
profundas dos portugueses.

O PSD deve estar atento ao pulsar dos anseios dos portugueses e ser solidário com
aqueles que mais precisam - os reformados, os desempregados e os jovens, que se
arrastam anos e anos no desemprego ou estão com contratos de trabalho precário,
que dificilmente lhes permitem encarar o futuro com esperança e organizar a sua
família.

Nós, no PSD e nos TSD, temos de falar nos empresários, sejam pequenos, médios
ou grandes, mas também e sempre dos trabalhadores e das estruturas sociais de
suporte. Também aqui temos de nos distinguir do PS que, à boa maneira ultraliberal,
só privilegia as grandes operações financeiras e os grandes interesses
económicos.

O PSD deve apresentar-se coeso, com uma liderança forte e com um projecto que
aponte um rumo para o futuro, capaz de mobilizar os vários sectores económicos,
sociais e culturais e que marque o início de um ciclo novo na vida do País.

É pensando na construção desse futuro com esperança, e naquilo que
consideramos ser o mais urgente e decisivo desafio para Portugal – pôr em marcha
um projecto de desenvolvimento económico e de justiça social – que os TSD
apresentam a sua Proposta Temática.

Todos os nossos contributos convergem para a construção de um projecto políticogovernativo
de matriz social-democrata, agregador e mobilizador, que seja capaz
de devolver a confiança e a esperança aos portugueses e que represente uma
alternativa credível às esgotadas e desacreditadas políticas socialistas.

Defendemos uma estratégia de relançamento e crescimento da economia, que
privilegie o investimento produtivo e políticas concretas de incentivo às micro,
pequenas e médias empresas, que são a âncora da economia real do País, e que são
essenciais para gerar riqueza, criar emprego e combater a pobreza e a exclusão
social.

Queremos o PSD na linha da frente a dignificar o factor trabalho, como actividade
fundamental da sociedade e a bater-se pela melhoria das condições de vida dos
trabalhadores e das suas famílias.

Queremos uma política fiscal justa, transparente e eficaz no combate à fraude e à
evasão, com um desagravamento progressivo da carga fiscal sobre os
trabalhadores e as empresas.

Queremos, meus caros amigos, um PSD virado para o País real e não para dentro,
um PSD ocupado com os problemas das pessoas concretas e das empresas, um PSD
de combate político.

Esse é o nosso caminho, para voltarmos a ganhar Portugal.


Arménio Santos

domingo, 22 de junho de 2008

TSD/Açores desafiam PS a aprovar proposta do PSD de redução do IRS

in Canal de Notícias dos Açores

Os TSD/Açores desafiaram hoje o PS a aprovar proposta do PSD que visa a redução das taxas de IRS em 30 por cento para todos os escalões de rendimentos.

"Lançamos daqui um desafio aos senhores deputados do PS. Sejam coerentes com o vosso exemplo. Façam ao povo o mesmo que fizeram convosco. Chegou a vez das pessoas. Só há um caminho para a coerência. Sejam solidários e permitam agora maior rendimento às famílias", afirmou Rui Ramos, presidente dos TSD/Açores, em conferência de imprensa.

O dirigente social-democrata, que se referia ao aumento das despesas de representação dos deputados aprovado pelo PS, salientou que a proposta do PSD/Açores visa fazer face à "angústia e aflição de tantas famílias" açorianas.

"A subida dos juros, o custo da alimentação e dos combustíveis, deixam cada vez mais famílias numa situação deveras preocupante, com especial incidência nas classes médias. Estamos pois perante uma situação deveras preocupante, a que urge acudir antes que se alastre. É tempo de agir, antes que se torne insustentável a vida dessas pessoas", defendeu.


Som – Rui Ramos desafia PS a aprovar proposta do PSD de redução do IRS

Som – Declaração integral de Rui Ramos

Foto – Rui Ramos 1

Foto – Rui Ramos 2

Comunicado:

Senhores Jornalistas

Por muito que se queira esconder a crise, os sinais estão aí, claros e evidentes. As pessoas sentem-na em suas casas e nos próprios bolsos.

Com os factores de produção a subir em flecha, desce o rendimento dos agricultores, proveniente da carne e do leite.

No turismo verificam-se quebras há 8 meses consecutivos.

O desemprego, que em 2003 se situava entre 2 e 3%, aproxima-se agora dos 6%.

Na resposta do Governo ao problema do desemprego, Sérgio Ávila disse uma coisa fantástica!

Disse que a subida do desemprego na Região se deve, não à perda de postos de trabalho, mas sobretudo a um “aumento substancial do número de pessoas que pretendem aceder ao mercado de trabalho”.

Ora perguntamos nós:

Por que razões procurarão essas pessoas trabalho?

Não será esse o mais evidente sinal da crise?

Não será tal facto parte da explicação para a perda de rendimento com que se debatem as famílias?

Infelizmente o Senhor Vice Presidente parece não entender ou não querer entender estes sinais que traduzem a difícil situação de tantos cidadãos e de tantas famílias açorianas…

Senhores Jornalistas

Os trabalhadores na Região estão a perder poder de compra há 8 anos consecutivos.

Os funcionários públicos, que entre nós ultrapassam os 20 mil, tiveram aumentos sistematicamente inferiores à inflação.

A subida dos juros, o custo da alimentação e dos combustíveis, deixam cada vez mais famílias numa situação deveras preocupante, com especial incidência nas classes médias.

Com a subida do custo de vida e com a perda sistemática de rendimentos, são cada vez mais os açorianos que já não conseguem pagar as prestações à banca.

Segundo a RDP/Açores, os dados recolhidos em várias instituições bancárias “apontam para um crescimento significativo de incumprimento”, cuja taxa subiu de 1,9 para mais de 3%, apenas nos últimos 5 meses.

Estamos pois perante uma situação deveras preocupante, a que urge acudir antes que se alastre.

É tempo de agir, antes que se torne insustentável a vida dessas pessoas.

É precisamente porque pensamos assim e sabemos da angústia e da aflição de tantas famílias, que o PSD apresentou na ALRAA uma proposta de Decreto Legislativo Regional que visa a redução de 30% nas taxas de IRS, relativamente às praticadas no Continente.

Já dispomos de uma redução de 20%. A redução de mais 10%, em todos os escalões, vai contribuir para acudir a uma situação que é de crise, de angústia e de incerteza.

Os TSD/Açores contribuíram para a apresentação desta proposta e lançamos daqui um desafio aos senhores deputados do Partido Socialista.

Sejam coerentes com o vosso exemplo.

Façam ao Povo o mesmo que fizeram convosco.

Chegou a vez das pessoas.

Só há um caminho para a coerência.

Sejam solidários e permitam agora maior rendimento às famílias.

Finalmente um esclarecimento:

Ontem o Sr. Vice-presidente do Governo, numa nota do GACS, disse que “todos os açorianos já beneficiam de uma redução de 20% no IRS em relação ao continente, aprovada pela actual maioria na sequência da boa gestão das finanças públicas regionais que permitiram disponibilidade financeira para esta redução”.

Pois bem, os senhores jornalistas têm nas mãos os documentos que provam que não foi esta maioria que aprovou a redução de 20% ainda hoje em vigor.

Tal como comprova o Diário das Sessões, quem aprovou esta redução de 20% não foi o Partido Socialista. O PS votou mesmo contra tal redução.

Quem a propôs e aprovou foi outra maioria; a então constituída pelo PSD e pelo CDS/PP.

A prova documental aí está e fala por si!

Somos coerentes com o passado. É em nome dessa coerência e do sentido de responsabilidade que nos caracteriza que o PSD propôs agora aumentar aquela redução. Assim o determina a nossa consciência face à difícil situação das famílias açorianas.

Com esta medida, o PSD pretende beneficiar todos os açorianos, incluindo decisivamente a classe média, sistematicamente e injustamente penalizada pelo governo socialista, ao longo dos últimos anos.

É mesmo tempo de dar lugar às pessoas…

Ponta Delgada, 20 de Junho de 2008

O Secretariado Regional

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Comunicado - O Protesto dos Camionistas traduz o sufoco das Classes Médias

É um erro, que pode sair muito caro, o governo continuar a ignorar o protesto dos
camionistas ou responder-lhe com a insolência que caracteriza a sua acção.

Os camionistas de mercadorias que protestam, são empresários individuais ou
pequenos empresários, que vêm lutando com enormes dificuldades e que o
agravamento do preço dos combustíveis nos últimos tempos apenas é a “gota de
água” que fez transbordar o copo do desespero dessas pessoas.

Os TSD estão solidários com esses portugueses e compreendem as suas razões,
muito parecidas com situações que afectam milhares de famílias – que tinham um
padrão de vida razoável e hoje encontram-se na pobreza e na miséria – por terem
caído no desemprego ou porque os encargos com o endividamento à Banca as
arrastaram para a insolvência.

Porém, os TSD lembram que o protesto deve processar-se no respeito pela legalidade,
especialmente não adoptando métodos violentos e respeitando a liberdade daqueles
que eventualmente não desejem aderir à paralisação.

Os TSD têm vindo a chamar a atenção do governo para as crescentes dificuldades que
as pequenas e médias empresas enfrentam, havendo necessidade de um programa de
emergência, com apoios concretos a essa área do nosso tecido empresarial. Mas o
governo PS sempre encarou com desdém essas empresas, em contraste com a sua
atitude servil face aos grandes grupos económicos.

Os TSD consideram que não há razão para os combustíveis em Portugal serem
substancialmente mais caros do que em Espanha. Os impostos sobre os
combustíveis podem encher os cofres do Estado e das gasolineiras, mas
arruínam a vida das famílias e das empresas mais pequenas.

A situação é muito grave, tem implicações nas empresas, no emprego e nas famílias,
pelo que o governo, com discrição e sem alardes propagandísticos, deve chamar as
gasolineiras e com elas encontrar, conjuntamente, uma fórmula que modere: os
preços dos combustíveis aos consumidores; os lucros escandalosos das gasolineiras; e
as receitas fiscais obtidas pelo Estado.

Lembre-se que a GALP, que ainda tem o monopólio da refinação do crude em Portugal,
empresa onde o Estado detém uma posição importante, contribui fortemente para a
constituição do preço dos combustíveis.

Os sacrifícios impostos às classes médias, cada vez mais depauperadas, são
insuportáveis e, conjugados com o fenómeno arrepiante da pobreza, podem conduzir a
uma crise social com dimensões imprevistas.

É tempo do governo PS arrepiar caminho, olhar para o País real e os problemas
verdadeiros que afectam as pessoas e as empresas, e deixar de falar de um País
virtual que só existe no imaginário do Primeiro Ministro.

Lisboa, 11 de Junho de 2008

O Secretariado Executivo

quarta-feira, 11 de junho de 2008

PROPOSTA TEMÁTICA DOS TSD AO XXXI CONGRESSO DO PSD

XXXI Congresso Nacional do PSD
Guimarães, 20,21 e 22•Junho 2008

PROPOSTA TEMÁTICA

RECUPERAR A CONFIANÇA

Apresentada por:
Secretariado Nacional dos TSD

I. Introdução
O XXXI Congresso Nacional do PSD realiza-se quando estão decorridos quase três anos
e meio de governação do Partido Socialista, num contexto de maioria absoluta e de
solidariedade institucional do Presidente da República como nunca nenhum governo
anterior beneficiou.
As principais promessas eleitorais do PS, de entre as quais se destaca:
• a convergência com os países europeus mais avançados;
• a criação de cento e cinquenta mil postos de trabalho;
• o não agravamento de impostos;
têm sido completamente ignoradas e, três anos e meio volvidos, não passaram de um
perfeito embuste.
Hoje, em Portugal, vivem-se dias profundamente sombrios, sem que se vislumbre uma
réstia de esperança, com muitos milhares de pessoas “à beira de um ataque de
nervos”, já que:
• Portugal continua a divergir da União Europeia, a economia nacional não arranca
e mantém-se no marasmo;
• O aumento de impostos directos e indirectos sobre as famílias e as empresas
tem sido brutal;
• As taxas de juro, principalmente no crédito à habitação, não param de crescer;
• Os custos de produção sufocam as Pequenas e Médias Empresas;
• O investimento produtivo cai;
• O investimento público encontra-se praticamente paralisado;
• O desemprego cresce ainda que encapotado;
• Muitos portugueses voltam a emigrar, à imagem do que sucedeu nas décadas de
60 e 70, do século passado - só em 2006 e 2007 saíram do país 220.000
portugueses, em especial para Espanha, Inglaterra, França e Suíça;
• O abandono e o insucesso escolar são quase que uma causa perdida;
• Os principais pilares do Estado no interior do País (maternidades, hospitais,
escolas, postos da PSP ou GNR, tribunais) estão a ser paulatinamente
encerrados.
• Há cada vez mais portugueses a empobrecer e a verem agravadas as suas
condições de vida, enquanto que outros (poucos) enriquecem de forma
desmesurada.
• As classes médias deslizam para a pobreza ou vivem tempos muito difíceis.
Este é o estado do País governado pelo PS nos últimos 3 anos e meio e durante 10
anos nos últimos 13. Os portugueses vivem hoje pior do que em 2005.

II. Não nos podemos resignar
A política não é apenas um conjunto de práticas.
Principalmente nos 10 anos de Governo do PSD, 1985/ 1995, com o Prof. Cavaco Silva
como Primeiro-Ministro, a política foi pragmática, mas não foi, na sua maior e melhor
parte, pragmatista. Houve um projecto concreto de reforma do País, assente num
núcleo fundamental de valores social-democratas.
As boas soluções políticas dessa fase coincidiram com a clarificação ideológica do PSD.
As faces económica e social andaram sempre de braço dado e a sua coesão
fortaleceu-se. Os portugueses valorizaram essa postura com o seu voto e, hoje, 13
anos volvidos, face aos fracos resultados dos governos socialistas, anseiam pelo seu
regresso. Por isso, com naturalidade, com coerência, com convicção, é preciso assumir
e mobilizar a matriz social-democrata portuguesa.
Não devemos, pois, resvalar perigosamente para caminhos de natureza liberal e neoliberal,
que não são de todo o nosso desígnio político. Pelo contrário, devemos reactivar
o discurso social-democrata e recusar práticas dissonantes do que somos.
A social-democracia do PSD emerge das entranhas profundas do povo português, da
sua história, da sua cultura, das suas tradições, da sua psicologia. Foi assim que
Francisco Sá Carneiro a definiu com grande clarividência.
É assim que queremos o PSD no Futuro: um partido dinâmico e reformador,
interclassista e não conservador, que sempre constrói o futuro sem renegar o
passado, que quer manter a sua identidade, assumindo com orgulho as
raízes, as qualidades e defeitos do Povo Português.
Assumimos a nossa natureza humanista e a nossa confiança numa sociedade livre,
democrática e solidária, em que a livre iniciativa e o Estado desempenham
correctamente as suas funções de motores do desenvolvimento econonómico-social.
Todos assistimos, hoje, a uma descaracterização ideológica do PS, baseada no triste
espectáculo da demagogia e da propaganda, na captura do discurso ideológico de
outros, ora da direita, ora do centro, ora da esquerda, conforme as conveniências,
tornando-se numa espécie de “cata-vento político” ou numa nova “união
nacional”, onde vai cabendo de tudo um pouco: votos, apoios e sobretudo
cumplicidades oportunistas.
Por isso mesmo, muitos destes últimos, vão dizendo que o PSD e o PS ocupam o
mesmo espaço político, constituindo apenas diferentes alternativas de equipas técnicopolíticas
para governar o País.
Isto só é verdade quando interesses pessoais se sobrepõem a interesses partidários e
nacionais.
Isso só é verdade para aqueles que, sem nunca se comprometerem, querem estar
sempre com quem está no poder.
Isso só é verdade para alguns “social-democratas” que “alinham” com discursos e
práticas socialistas, que nada têm a ver com a nossa matriz ideológica, enquanto outros
aceitam, com um brilho nos olhos, o epíteto de direita, quando o PSD foi, é e será
sempre um grande partido nacional, não por ser de direita, mas porque representa e se
situa no espaço central da sociedade portuguesa, abrangendo desde o centroesquerda
ao centro direita.
O PSD, atento ao pulsar dos anseios dos portugueses e ciente das suas
responsabilidades políticas, deve apresentar-se coeso e solidário, com uma liderança
forte e um projecto que aponte um rumo para o Futuro, mobilize os vários sectores
económicos, sociais e culturais e inicie um ciclo novo na vida do País.
É isso que os portugueses esperam do PSD.

III. O Estado e a Sociedade
O pensamento social-democrata, perfilhado pelos TSD, distancia-se quer da concepção
totalitária do Estado, tanto de esquerda como de direita, quer da concepção
substantivamente liberal.
Os TSD só podem aceitar que o Estado liberal seja utilizado como um método, como
um meio, para melhorar a organização e funcionamento da economia, mas nunca para
constituir a finalidade da organização social, nomeadamente, no caso português. Isto
significa que os TSD não podem partilhar o objectivo de, num processo simultâneo,
fortalecer o que se chama a sociedade civil e enfraquecer o Estado em domínios sociais
fundamentais.
Nem Estado máximo, nem Estado mínimo, tão somente, Estado Necessário.
Consideramos como Estado Necessário aquele que garante uma sociedade civil
saudável e razoavelmente autónoma, independente e livre. Os TSD são, pois,
defensores de um equilíbrio entre a Sociedade Civil e o Estado Necessário, e só esse
equilíbrio pode ser compatível com o ideal social-democrata. Não é isso que se verifica
hoje. O Estado Necessário que os TSD consideram adequado para o actual momento
histórico de Portugal, está a ser aceleradamente dissolvido pela acção política da
governação socialista, em certos aspectos, e partidarizado, noutros.
O PS, quando pensa na economia, à boa maneira liberal, só privilegia as grandes
operações financeiras e os grandes grupos económicos. Nós, no PSD e nos TSD, temos
de falar dos empresários, sejam Pequenos, Médios ou Grandes, mas também, e
sempre, dos trabalhadores e das estruturas sociais de suporte.
A economia não se faz sem uns nem sem os outros: a componente laboral deve seguir
a par da componente empresarial. Uma não pode viver sem a outra. Não devemos
aceitar a lógica da submissão da política ao poder do dinheiro ou da prosperidade
virtual, sem qualquer investimento sério e real na capacidade de produzir riqueza e de
valorização da população portuguesa.

IV. Construir um Futuro com Esperança
No contexto das posições atrás referidas, respeitantes aos princípios e valores da socialdemocracia,
e tendo em conta que os TSD se identificam com a visão social mais
avançada do projecto político representado pelo PSD, em virtude da sua forte inserção
no mundo do trabalho e da especial sensibilidade que lhes advém da sua acção se
desenvolver na economia real, os TSD reclamam partilhar responsabilidades na
formulação e na representação das políticas a todos os níveis onde o PSD é chamado a
assumi-las.
Com realce para as questões económicas e sociais, os TSD colocam-se ao lado do PSD
naquilo que consideram ser o mais urgente e decisivo desafio para Portugal e para os
portugueses – pôr em marcha um projecto de desenvolvimento económico e de Justiça
Social.

Para esse fim, apresentam-se ONZE propostas:
1. Construir um projecto político-governativo de matriz social-democrata,
mobilizador, que represente uma ruptura positiva face às actuais políticas e
seja capaz de devolver a confiança e a esperança aos portugueses;
2. Apoiar o investimento privado, nomeadamente com políticas concretas de
incentivo às Micro, Pequenas e Médias Empresas, que são a âncora
económica do País e fonte de emprego, de forma a responder aos principais
problemas com que se confrontam;
3. Preparar um plano de investimentos públicos e em parcerias público-privadas,
verdadeiramente úteis e necessários para o País, numa estratégia de
relançamento e crescimento da economia real, essencial para gerar
riqueza, criar emprego e combater a pobreza e a exclusão social;
4. Dignificar o trabalho como actividade fundamental - com respeito pelos
direitos e deveres laborais e sociais – e melhorar as condições de vida dos
trabalhadores e de suas famílias;
5. Definir uma política fiscal realista, transparente e eficaz no combate à fraude,
com um desagravamento progressivo da carga fiscal sobre os trabalhadores e as
empresas (IMI, IVA, IRS, IRC e ISP) e capaz de trazer para dentro do sistema
fiscal aqueles que, infelizmente ainda muitos, nunca lá estiveram;
6. Investir na qualidade dos produtos nacionais, promovendo o seu consumo
em Portugal e a sua boa imagem no estrangeiro;
7. Modificar de forma planeada a nossa especialização produtiva, crescer nos bens
transaccionáveis para o estrangeiro e diversificar o padrão tecnológico das
nossas exportações, através do empreendedorismo, da inovação e da
formação face aos desafios da globalização;
8. Estimular uma nova geração de políticas sociais que apoiem a natalidade, a
família e a população socialmente mais exposta – reformados e pensionistas;
9. Apostar no reforço das competências e qualificações das novas gerações e
na formação contínua dos trabalhadores no activo;
10. Combater a imigração ilegal e promover a integração dos imigrantes,
proporcionando-lhes a dignidade merecida e adequada.
11. Valorizar a Concertação Social e a democracia participativa, assente no
diálogo tripartido entre Governo, Sindicatos e Empregadores, a fim de criar um
ambiente social favorável à tomada de medidas que alavanquem o
desenvolvimento económico do País.

O Secretariado Nacional dos TSD

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Trabalho: TSD impõe condições para viabilizar novo código laboral

(in http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=349797&visual=26 )

Lisboa, 07 Jun (Lusa) - Os Trabalhadores Social Democratas (TSD) criticaram hoje o governo pela degradação das condições de vida dos trablhadores, mas estão disponíveis para viabilizar as alterações ao Código do Trabalho, se forem acolhidas algumas das suas propostas.

As críticas ao governo, em particular pela "passividade perante os aumentos vergonhosos dos combustíveis", saíram da reunião do Secretariado Nacional dos TSD, que hoje teve lugar em Lisboa, disse à Lusa o líder da estrutura sindical, Arménio Santos.

"Os portugueses vivem hoje pior do que quando o PS chegou ao governo, em 2005, mas José Sócrates continua a imaginar viver num paraíso que só ele consegue vislumbrar", afirmou o presidente dos TSD.

"Os trabalhadores vivem tempos extremamente difíceis, com o desemprego, baixos salários e aumento generalizado dos bens essenciais. Os TSD estão solidários com todos estes portugueses e manifestam a sua indignação ante a insensibilidade e sobranceria que o governo assume face a tais dificuldades", adiantou o mesmo responsável.

Exemplo disto, disse à Lusa, foi a manifestação que na semana passada juntou perto de 200 mil pessoas em Lisboa, que "de certeza não eram todas comunistas, do Bloco de Esquerda ou afectas à CGTP", mas também social-democratas e socialistas.

Face ao aumento do preço dos combustíveis, Santos acusa o governo de "escandalosa conivência com o saque às bolsas dos portugueses, perpetrado pelas gasolineiras".

Outros dos pontos em análise na reunião de hoje foram as propostas governamentais de alteração ao Código Laboral, que os TSD afirmam ser "incoerentes" com as promessas feitas nas últimas eleições legislativas.

Ainda assim, dizem-se disponíveis para viabilizar as alterações em Concertação Social, se forem respeitadas as suas "condições mínimas" para um consenso tripartido (com UGT e CGTP), que esperam que a UGT "tenha em consideração".

Estas dizem respeito, entre outros aspectos, às alterações no sentido de limitar a capacidade negocial dos sindicatos na contratação colectiva, alargar o conceito de justa causa para despedimento individual, combater a precariedade e melhorar a protecção dos contratos "atípicos", e ainda alguns casos considerados omissos.

A reunião de hoje serviu ainda para aprovação da moção temática, sob o lema "Recuperar a Confiança", que os TSD vão levar ao próximo congresso social-democrata, entre 20 e 22 de Junho.

A moção, referiu, "está centrada nas questões sociais e na urgência de uma nova política económica capaz de relançar o crescimento da economia real, sem o qual não é possível gerar mais riqueza, criar mais emprego e realizar uma política de justiça social".

"Queremos sensibilizar o congresso do partido para integrar as preocupações dos trabalhadores descontentes, de todos os quadrantes, em políticas novas, porque é essa a forma de o PSD ir ao encontro da sociedade", disse à Lusa.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Posição dos TSD sobre a Revisão do Código do Trabalho





O governo apresentou aos parceiros sociais um documento com princípios
gerais sobre matérias que pretende alterar no Código do Trabalho.

Tratando-se de um documento de linhas gerais, não é possível avaliá-lo com
objectividade e de forma definitiva, em especial a incidência que cada alteração
pode ter no conjunto do clausulado do Código do Trabalho, já que só mediante
uma proposta normativa será possível fazer essa apreciação com rigor.

Em qualquer circunstância, as linhas de orientação que o governo apresentou e
que se encontram em apreciação no Conselho Permanente de Concertação
Social(CPCS), merecem desde já a seguinte posição dos TSD:

1. Nas Eleições Legislativas de 2005, o PS prometeu que iria “promover a
Revisão do Código do Trabalho na base das propostas que tinha
apresentado na Assembleia da República”, em 2003 e durante o debate do
actual Código do Trabalho. Mas o governo socialista agora ignora por
completo esse compromisso eleitoral.
Recorde-se que o PS apresentou 442 propostas de alteração ao “Código
Bagão Félix”, todas elas subscritas pelo actual Ministro do Trabalho, para
além de, por tudo e por nada, invocar a inconstitucionalidade da proposta
do governo PSD/CDS.
Hoje, o PS dá o dito pelo não dito, esquece as promessas eleitorais que fez,
o Código em vigor já não o considera assim tão mau e as
inconstitucionalidades que então tanto invocava, afinal, não passaram de
demagogia.
Também neste caso concreto das leis laborais, o governo PS
enganou os trabalhadores e faz o contrário do que prometeu aos
portugueses.

2. Os TSD lembram as pressões públicas que o PS fez em 2003 para
condicionar a posição da UGT e a sua tentativa de desvalorizar os
resultados da Concertação Social.
Ao contrário do PS, que só quando lhe convém é que considera a
Concertação Social um bom instrumento de diálogo e participação social, os
TSD sempre valorizaram no passado e consideram muito importante hoje e
no futuro o papel dos parceiros sociais em sede de concertação.
É nesse sentido que, sem prejuízo do papel último e de soberania que cabe
à Assembleia da República, os TSD defendem que devem ser feitos todos
os esforços negociais no Conselho Permanente de Concertação Social, em
ordem a que as posições das entidades sindicais e patronais convirjam num
documento final equilibrado, vitalizador das relações laborais e fomentador
da justiça social.

3. No quadro das actuais negociações desenvolvidas no CPCS, e apenas
nalgumas áreas consideradas fundamentais, apresentam-se seguidamente
as PROPOSTAS MÍNIMAS para um consenso tripartido:

a) Artigo 4º
O governo ignora a proposta que fez aquando da aprovação do Código
Trabalho em vigor. Mas a formulação, agora proposta pelo governo, de um
novo nº 3 para o artigo actual que vem limitar o nº 1 do mesmo artigo,
clarifica matéria a matéria, quais as normas do Código que podem ser
afastadas por normas da contratação colectiva apenas e só no sentido mais
favorável ao trabalhador. Ou seja, tenta clarificar os limites da derrogação
do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador.
Julgamos que, apesar de não ser a situação ideal não se deve recusar esta
abertura negocial e defendemos que se trate, com maior detalhe, em
negociação, mais matérias a incluir na derrogação do princípio, para além
daquelas que já constam da proposta.
Quanto ao novo ponto do mesmo artigo 4º, sugerido pelo governo, e que
trata das relações entre as normas do Código e as constantes no contrato
individual de trabalho, sendo que estas só prevalecem sobre aquelas se
estabelecerem condições mais favoráveis ao trabalhador, corresponde ao
anterior ponto 3 do artigo 4º com o qual concordamos.

b) Adaptabilidade dos horários de trabalho
Os conceitos da “adaptabilidade grupal”, “banco de horas”, “horários
concentrados” devem ter uma definição mínima legal, com a adequada
salvaguarda dos interesses dos trabalhadores, e só devem ser
posteriormente concretizados pela via da contratação colectiva e nunca pelo
acordo individual entre trabalhador e empregador.

c) Despedimentos
Rejeita-se qualquer tipo de alargamento do conceito de justa causa para
despedimento individual do trabalhador pelo empregador e, assim, não se
aceita o novo conceito do despedimento por “inadaptação funcional”
proposto pelo governo.

d) Caducidade dos IRCTs
Deve ser encontrada uma solução negociada com os empregadores que
tenha em conta os seguintes limites:
-Prazo de caducidade – 5 anos sem entrar em linha de conta com a
cláusula de sobrevigência das convenções;
-Existência sempre da arbitragem necessária em caso de caducidade
do contrato;
- Período negocial entre 18 e 30 meses;
- Com adesão individual, de metade mais um trabalhador do
respectivo universo, existência obrigatória de apenas uma convenção e
caducidade das restantes;
- Na adesão individual escrita do trabalhador existir uma alínea onde se
estipula a possibilidade de pagamento dos custos negociais pelo
trabalhador não sindicalizado ou sindicalizado noutro sindicato que não
o subscritor;

e) Representatividade Sindical
Rejeita-se liminarmente qualquer limite á capacidade negocial e á liberdade
sindical dos sindicatos na contratação colectiva. O que o governo pretende
impor, é criar sindicatos de 1ª e de 2ª, por via administrativo-legal. É
um ataque à liberdade sindical, é inconstitucional e visa impor aos
trabalhadores o sindicato que eles livremente não querem.
A proposta do governo parece querer matar alguns sindicatos, para que os
outros fiquem com mais sócios e disponíveis para “compensar” o governo
por esse frete. Ora, os TSD jamais aceitarão sindicatos amordaçados
ou a mordaça no Movimento Sindical.

f) Precariedade
Considera-se ser esta uma das matérias fundamentais a rever no Código do
Trabalho e a intervenção deve ser realizada em três vertentes:
- Combater a precariedade ilegal
- Reduzir o trabalho precário legal
- Melhorar a protecção nos contratos atípicos

Impõe-se:

1) Combater a precariedade ilegal, através da: revisão dos indícios de
falso trabalho independente, facilitando e uniformizando assim a
intervenção dos tribunais do trabalho; reforço das sanções aplicáveis
aos casos de falso trabalho independente; intervenção efectiva da IGT
(ACT) no combate aos recibos verdes ilegais; introdução da
obrigatoriedade das empresas declararem todos os prestadores de
serviços que para elas prestem actividade; estabelecimento de um
prazo máximo de 6 meses, após a entrada em vigor do Código para as
empresas acederem aos benefícios em caso de transformação das
prestações de serviços em contratos de trabalho; identificação de todas
as situações de trabalho precário, mesmo que legais; publicitação de
todos os casos de falso trabalho independente nas empresas; adopção
de medidas que reduzam as situações de trabalho ilegal encapotadas,
nomeadamente nos estágios profissionais não remunerados e estágios
de acesso a profissões; revisão da legislação sobre os Programas
Ocupacionais ( POC ), particularmente para os trabalhadores que se
encontrem a receber subsídio de emprego.

2) Reduzir o trabalho precário legal através de: redução da duração
máxima dos contratos a termo para 3 anos; estabelecimento de regras
que restrinjam ou impeçam a contratação a termo quando da abertura
de novos estabelecimentos; incentivo da contratação permanente
através da redução de um ponto da TSU e agravamento em três pontos
da TSU para os contratos a termo; alargamento das regras da
responsabilidade solidária nas subcontratações à generalidade das
infracções; aplicar aos trabalhadores temporários as regras do contrato
colectivo de trabalho, após um curto espaço de tempo (15 dias).

3) Melhorar a protecção social nos contratos atípicos através de:
descontos das empresas(23% - vinte e três por cento) para os
trabalhadores independentes verdadeiros; alargar a protecção aos
trabalhadores independentes, nos mesmos termos aplicados aos
trabalhadores permanentes.

g) Casos Omissos
Deve ser introduzida uma nova cláusula no Código do Trabalho, semelhante
á que consta já desde 1985 na Lei Orgânica da Liberdade Sindical, em
Espanha, Lei 11/1985 de 2 de Agosto, Artigo 11 desta Lei, nos seguintes
termos:
“ Nos instrumentos de Regulamentação colectiva de trabalho podem
estabelecer-se cláusulas, pelas quais, os trabalhadores incluídos no âmbito
de aplicação daqueles instrumentos, suportem economicamente, os custos
de gestão dos sindicatos representados na respectiva comissão
negociadora do IRCT, através da fixação de um valor económico e
regulando as modalidades do seu abono. Em qualquer caso, deverá ser
respeitada a vontade individual do trabalhador, que a deverá declarar, por
escrito, nos termos, formas e prazos que se acordem na negociação
colectiva.”
Prever ainda a existência de Acordos Complementares aos acordos verticais
de mínimos, se tal for aceite pelas partes, considerando-se assim que
possam existir situações particulares de empresas que necessitem de uma
regulamentação também particular. Tais acordos devem ser negociados
pelas mesmas partes que negociaram o acordo principal vertical.

Lisboa, 2 de Junho de 2008
O Secretariado Executivo

TSD Açores desafiam presidente do governo a baixar IRS


in Canal de Notícias dos Açores

Os TSD/Açores desafiaram hoje o presidente do governo regional a cumprir a promessa de redução do IRS, feita em Novembro do ano passado.

"Pretendemos levantar a nossa voz em prol das classes trabalhadoras, sistematicamente chamadas a pagar o preço e a factura das políticas que geraram a situação económica que hoje vivemos. Por ser de inteira justiça e por se tratar de fazer honrar a palavra dada, lançamos por isso o desafio ao presidente do governo para que cumpra o anúncio que fez em Novembro, reduzindo assim o IRS de forma a atenuar as dificuldades cada vez mais sentidas pelas famílias e pelos trabalhadores açorianos", afirmou Rui Ramos, presidente dos TSD/Açores, em conferência de imprensa.

O dirigente social-democrata salientou que a classe média tem sido "sistematicamente esquecida" pelo governo socialista, quando "existem apoios para os grandes investimentos e não faltam apoios sociais às famílias mais carenciadas, como é o caso da habitação ou do rendimento social de inserção".

Para minimizar o impacto da perda de poder de compra, "que se verifica há oito anos consecutivos", Rui Ramos propôs que o governo regional atribua um apoio "sob a forma de complemento salarial".

O presidente dos TSD/Açores desafiou, ainda, o PS a "acompanhar o PSD na pretensão de alterar a proposta que garante o aumento das despesas de representação dos deputados regionais".

"A manter-se a proposta, tal como pretendem o PS e o CDS/PP, isso será mais uma machadada na credibilidade dos políticos e da política em g