segunda-feira, 3 de março de 2008

Comunicado do SN TSD de 1 de Março de 2008



TSD Solidários com os Professores

O governo socialista, desde o princípio do seu mandato, introduziu um estilo político assente no ataque a alguns sectores profissionais, acusando-os de usufruírem de “privilégios” que era preciso acabar.

Foi assim que começou por atacar os juízes e todos os agentes do poder judicial.

Seguiram-se outras áreas – titulares das Forças Armadas e das Forças de Segurança Pública, os médicos, os notários, os enfermeiros, os funcionários públicos, os professores.

Em cada um destes sectores, o governo nunca procurou negociar de forma séria. Ignorou sempre as propostas dos representantes institucionais desses sectores, dando até a ideia que lhe agradava o clima de tensão, para transmitir à opinião pública uma imagem governativa de “firmeza e determinação”.

O movimento sindical foi um dos alvos dessa estratégia do governo, especialmente ao nível do sector da Educação.

Primeiro, a Ministra da Educação, começou por dizer que os professores eram os “culpados” de muitos problemas na escola e, para separar os professores dos seus sindicatos, afirmou que os sindicatos eram uma coisa e os professores outra, e que perdia os professores mas ganhava a população”.

Mais tarde, o Primeiro Ministro e na mesma linha da sua Ministra declarou que não pode ser confundida a posição dos professores com a dos sindicatos”.

Professores e sindicatos foram assim, escolhidos para “bodes expiatórios” dos problemas da Educação.

Todas estas posições visavam desautorizar, enfraquecer e fragilizar os sindicatos, atirar professores contra professores, para mais facilmente o governo levar por diante a sua política.

Esta conduta do governo desferiu uma machadada na autoridade e na imagem profissional dos professores, com reflexos ao nível da disciplina e no bom funcionamento da Escola, o que para os TSD é simplesmente deplorável.

Este regime de avaliação dos professores, aprovado e imposto pelo governo, é mais uma peça deste divórcio governo-professores, que não tem sentido e que só serve para gerar um ambiente escolar negativo.

É nossa convicção que os professores, todos os professores, desejam a aplicação de métodos de avaliação sérios, objectivos, isentos e rigorosos. Mas o governo entendeu que o seu modelo, a governamentalização da avaliação profissional dos professores, devia e deve ser imposto, sem diálogo nem a participação dos representantes dos professores, o que é incompreensível.

Os TSD lamentam a forma infeliz e arrogante como o governo se relaciona com os agentes da educação, a sua incapacidade para dialogar e negociar na base da seriedade e bom senso, e manifestam a sua total discordância com estes métodos governativos que atropelam os direitos inerentes à liberdade sindical e objectivamente prejudicam a Escola – alunos, famílias de alunos, professores, comunidades locais.

É neste quadro que os TSD manifestam a sua solidariedade aos professores portugueses e ao seu protesto marcado para 8 de Março, na defesa da sua di gnidade profissional e de uma Escola de Qualidade e de Exigência. Escola esta que passa pela introdução da avaliação de professores e da própria Escola, mas como um instrumento simples e destinado a melhorar as práticas profissionais e não um processo labiríntico, confuso e complicado, para não funcionar, como é o imposto pelo Governo.

Lisboa, 1 de Março de 2008

O Secretariado Nacional

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